Escalas
Escala Musical é uma sequência de notas organizadas de acordo com suas frequências. É
como um menu de notas dispostas em ordem crescente, da mais grave a mais aguda. As escalas tem
a função de organizar os sons musicais, assim fica mais fácil de tocar essas notas e usar da forma
que quisermos.
No Violão ou na guitarra, é possível tocar qualquer escala utilizando uma forma padrão de
digitação de mão esquerda, uma espécie de mapa que nos mostra apenas as notas pertencentes a
uma determinada escala, facilitando sua visualização e a aplicação dessas notas para criar solos e
arranjos. A prática destas digitações é essencial para o desenvolvimento da técnica instrumental, da
agilidade e coordenação entre os movimentos das duas mãos e, consequentemente, da habilidade de
solar. Nesta apostila temos cinco digitações diferentes para cada escala.
Existem vários tipos de escalas e cada uma possui uma sonoridade específica que caracteriza
uma espécie de identidade sonora. Em outras palavras, cada tipo de escala propicia uma certa
atmosfera musical distinta. Por isso, é importante conhecer vários tipos de escalas para se ter um
repertório de possibilidades sonoras variado e poder realizar solos e arranjos em diferentes estilos
musicais, expressando sentimentos e intenções variadas.
IMPORTANTE:
Para criar solos com a escala, o primeiro passo é saber o Tom em que a música está. A escala
deve ser usada na mesma tonalidade da música ou do trecho musical em questão. Para isso, é
preciso posicionar a digitação da escala colocando a nota tônica (em destaque no diagrama) na casa
que corresponde à nota do Tom da música. Por exemplo, se a música está no Tom de Ré menor,
então vamos usar uma escala menor com a nota tônica posicionada na quinta casa da corda Lá, ou
na décima casa da corda Mi, ou ainda na décima segunda casa da corda Ré, pois nessas posições
temos a nota Ré, que é o Tom da música, como no exemplo da página 5. Desse modo, a digitação da
escala deve mudar de posição de acordo com o Tom da música.
A Escala Pentatônica é um tipo primitivo de escala. Sua origem histórica é difícil de
determinar, mas, há registros de sua utilização nas práticas musicais de muitas culturas antigas
como a grega, a africana e a chinesa. Ela é caracterizada por ter apenas cinco notas em sua
estrutura, o que lhe faz muito versátil para improvisações melódicas, uma vez que não possui
intervalos de semi-tom, responsáveis por gerar as dissonâncias (tensões) nas escalas diatônicas
(escalas de sete notas).
Há vários tipos de Escalas Pentatônicas. Um dos tipos mais utilizados atualmente na nossa
música popular é a escala Pentatônica Menor que possui a seguinte estrutura: tônica, terça menor,
quarta justa, quinta justa e sétima menor. Em outras palavras, ela não possui as notas que formariam
os intervalos de segunda e de sexta com a tônica da escala. Esta é a escala consagrada pelos
enérgicos solos de Blues e Rock N' Roll.
Abaixo, temos duas tabelas. A primeira com a estrutura da Escala Pentatônica Menor e a
segunda mostra a Escala Maior Natural (diatônica), indicando o que muda em comparação com a
Escala Pentatônica Menor
DÓ MIb FÁ SOL SIb DÓ
Tônica 3m 4J 5J 7m 8
Para tocar solos de violão ou guitarra usando esta escala é necessário assimilar as digitações
que possibilitam encontrar as notas da escala em toda a extensão do braço do instrumento. O
sistema mais difundido de formas para tocar a escala no violão ou guitarra é composto por cinco
digitações diferentes e complementares. A este sistema da-se o nome de Sistema 5. Ele é derivado
do sistema de formas de acordes conhecido como Sistema CAGED.
Na próxima página temos os diagramas com a representação das cinco digitações da Escala
Pentatônica Menor. Nestes diagramas temos o braço do instrumento representado por uma tabela
onde as linhas verticais mostram a divisão das casas enquanto as linhas horizontais representam as
cordas da mais grave (linha inferior) à mais aguda (linha superior).
Pratique separadamente cada digitação, uma por uma, com calma e concentração. Quando
tiver assimilado bem uma delas, passe para a próxima. Depois procure exercitar as duas de modo a
adquirir desenvoltura para transitar entre elas com naturalidade. Assim, você pode ir acrescentando
uma nova digitação de cada vez até dominar as cinco.

A escala de Blues é derivada da Pentatônica Menor. A única diferença em sua estrutura é o
acréscimo de mais uma nota que corresponde ao intervalo de quinta diminuta em relação à nota
fundamental ou Tônica da escala. Esta nota especial é chamada de Blue Note, pois sua sonoridade é
característica do blues.
Compare com a ajuda das tabelas abaixo a estrutura de cada escala:
Escala de Blues
DÓ MIb FÁ SOLb SOL SIb DÓ
Tônica 3m 4J 5dim 5J 7m 8
Escala Pentatônica Menor
DÓ MIb FÁ SOL SIb DÓ
Tônica 3m 4J 5J 7m 8
Para tocar a Escala de Blues, vamos adaptar as digitações da Escala Pentatônica Menor
acrescentando a Blue Note conforme podemos ver nos diagramas da próxima página.

Exercício 01
Assimilando a Escala e aprimorando a técnica.
Toque a escala fazendo dois toques em cada nota usando palhetadas alternadas, ou alternando
os dedos indicados e médio da mão direita. Comece da tônica mais grave, toque as notas na
sequência até a mais aguda e volte pelo mesmo caminho até atingir a nota mais grave da digitação.
Depois siga mantendo o ritmo constante até retornar à tônica novamente. Dê continuidade ao
exercício deslocando toda a digitação uma casa para frente (meio tom) e repetindo todo o processo.
Assim por diante, ao completar a digitação siga deslocando a escala de casa em casa até toca-la em
toda a extensão do braço. Comece escolhendo uma digitação apenas e treine devagar até sentir
confiança e fluência na execução em todo o braço. Aumente a velocidade pouco a pouco. Depois
passe para a próxima digitação e repita o processo.
O objetivo deste exercício é melhorar a coordenação, agilidade e sonoridade, além de
memorizar as digitações assimilando as diferentes posturas que a mão esquerda faz ao se adaptar às
diferenças de tamanho das casas na parte mais aguda e mais grave do braço.
Crie ainda variações deste exercício fazendo diferentes quantidades de palhetadas, mas,
sempre mantendo o ritmo constante, ou seja, a mesma duração para cada nota.
Estes exercícios funcionam com qualquer tipo de escala.
Algumas variações:
✔ Quatro toques em cada nota (para melhorar a performance da mão direita);
✔ Três toques por nota (para assimilar a divisão ternária do Swing norte-americano
Exercício 02 – Padrões matemáticos de digitação
Os padrões matemáticos tem a função de abrir as possibilidades de organização das notas em
uma melodia, melhorar a memorização da escala, a coordenação motora, a agilidade do raciocínio e
das mãos e aperfeiçoar as mudanças de uma corda para outra.
Abaixo temos como exemplo o padrão 3:1, onde tocamos três notas no sentido ascendente (do
grave para o agudo) e uma nota no sentido descendente. O exemplo está no tom de Lá menor...
Padrão 3 por 1:
(1\3):
e|---------------------------------------------------|
B|-----------------------------------------5---5-8-5-|
G|-----------------------------5---5-7-5-7---7-------|
D|-----------------5---5-7-5-7---7-------------------|
A|-----5---5-7-5-7---7-------------------------------|
E|-5-8---8-------------------------------------------|
↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓
(2\3):
e|---5---5-8-5---5-----------------------------------|
B|-8---8-------8---8-5-8-5---5-----------------------|
G|-------------------------7---7-5-7-5---5-----------|
D|-------------------------------------7---7-5-7-5---|
A|-------------------------------------------------7-|
E|---------------------------------------------------|
↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓
(3\3):
e|---------------------------------------------------|
B|---------------------------------------------------|
G|---------------------------------------------------|
D|-5-------------------------------------------------|
A|---7-5-7-5---5-------------------------------------|
E|-----------8---8-5-8-5-----------------------------|
↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓
NOTA: neste exemplo o blues está no tom de Lá maior, então, para
improvisar, vamos posicionar a escala com a nota tônica sendo a nota Lá
(quinta casa da Mizona, por exemplo).
Tom: A
A7 | % | % | % |
D7 | % | A7 | % |
E7 | D7 | A7 | E7 :||
As barras verticais representam a divisão de compassos da música. O blues é feito com
compassos de quatro tempos. É importante começar a praticar fazendo a contagem dos tempos
até se acostumar e passar a ter a base de cor e poder tocar de forma mais intuitiva.
Legenda:
% = Repetir o mesmo acorde do compasso anterior.
:|| = (Ritornello) Retornar do começo ou do símbolo oposto ||:
Algumas variações:
✔ Padrão 4:2 – Quatro notas no sentido ascendente e duas no sentido descendente;
✔ Padrão 5:3 – Cinco notas no sentido ascendente e três no sentido descendente;
Estes exercícios funcionam com qualquer tipo de escala.
Riff tradicionais de blues
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------| (4x)
D|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
A|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
D7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------| (2x)
D|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
A|------------------------------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
A7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------| (2x)
D|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
A|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
E7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|------------------------------------------|
A|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
E|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
D7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
D|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
A|------------------------------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
A7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
A|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
E7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|------------------------------------------|
A|-2---2-4---4-2---2-4---4------------------|
E|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Retornar e repetir do começo quantas vezes quiser!
Esse riff pode ter inúmeras variações interessantes.
A seguir, alguns exemplos de variação do riff.
Basta manter o padrão e mudar de cordas para fazer o riff sobre cada acorde...
Variação 1:
A7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|-2---2-4---4-5---5-4---4------------------|
A|-0---0-0---0-0---0-0---0------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Variação 2:
A7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|-2---2-4---4-2---2-----2------------------|
A|-0---0-0---0-0---0-3h4--------------------|
E|------------------------------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↑
Variação 3:
A7
E|------------------------------------------|
B|------------------------------------------|
G|------------------------------------------|
D|-2---2-4---4-2----------------------------|
A|-0---0-0---0-0----------------------------|
E|-----------------0-3-0-3------------------|
PM:↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Glossário
✗ Blue note: nota especial presente nas escalas e solos de Blues cuja característica é ser
dissonante em relação ao contexto harmônico, dando a impressão de estar meio tom abaixo das
notas “corretas” ou convencionais para tal contexto.
✗ Compasso: forma de divisão e organização dos tempos de uma música; Agrupamento dos
pulsos musicais em grupos simétricos. Os compassos mais comuns são o Compasso Quaternário,
com 4 tempos (como no Rock e no blues), o Compasso binário, com dois tempos (como no samba e
no baião), e o Compasso Ternário, com três tempos (como na valsa e na guarânia).
✗ Chorus: Sequência harmônica repetida em ciclos.
✗ Digitações: são formas com padrões das posições em que devemos colocar os dedos da mão
esquerda para tocar as notas específicas de determinada escala, arpejo ou acorde. No violão ou
guitarra, as digitações se mantém iguais para todas as tonalidades, bastando posicionar corretamente
a nota Tônica da escala para se tocar no tom correto.
✗ Frase: grupo de notas tocadas uma após a outra e seguidas de pequena pausa; Pequena
melodia criada como parte de uma melodia maior. Aprender a construir frases é essencial para para
se criar solos que soem bem estruturados e com sentido musical coerente.
✗ Harmonia: alguns livros chamam de harmonia apenas o conjunto dos acordes de uma
música. Entretanto, em última análise, Harmonia é a combinação simultânea dos sons. Fazem parte
da Harmonia: os acordes, melodias, vocais e tudo que se combina simultaneamente para resultar no
arranjo de uma música.
✗ Riff: fragmento melódico que se repete em uma música. Os riffs costumam ser muito
expressivos e fáceis de memorizar. Podem também ter a função de introdução ou transição entre as
partes de uma música.
✗ Swing: termo usado para descrever a sensação de propulsão rítmica no jazz. É a forma
como se fazem os ritmos de blues e jazz, onde cada pulso rítmico é subdividido em três partes
iguais gerando um “balanço” característico. O termo virou sinônimo de feeling e também é usado
para designar uma estilo específico de jazz marcado por grandes arranjos para big band e temas
difundidos no cinema hollywoodiano.
✗ Tom: Tom ou tonalidade é a nota ou acorde que funciona como referência em uma música.
De forma mais aprofundada, Tom é o conjunto de acordes e notas ligadas hierarquicamente a uma
nota tônica nas escalas Maior Natural ou Menor harmônica. A tônica possui a função de resolver ou
concluir a música, ela é a primeira nota da escala e o acorde que a usa como fundamental adquire
estabilidade e pode concluir a música com sensação de repouso.
✗ Tônica: a nota referência, aquela onde uma escala começa, a nota que define o tom da
música.
Escalas naturais
Como todas as escalas musicais, a Escala Maior Natural é uma ferramenta para o músico se
orientar ao criar solos, harmonias e arranjos. Sua aplicação se destina à músicas ou trechos de
músicas em tonalidades maiores.
Há dois tipos de escalas naturais: Maior e Menor. Elas são muito importantes para o estudo da
Harmonia e da teoria musical, pois são estruturas base para a formação dos acordes e a combinação
dos acordes dentro do que chamamos Campo Harmônico, assunto que veremos em outro volume.
Cada nota da escala pode ser chamada de grau. Por exemplo, na escala de Dó Maior Natural
temos sete notas: Dó, Ré, Mi, Fá Sol, Lá e Si. O Dó é o 1º grau, o Ré é o 2º grau e assim por diante.
Normalmente os graus são representados por números romanos (I, II, III, IV, V, VI, VII). A
vantagem de utilizar o pensamento em graus é que é uma forma genérica de analisar as escalas e
quando nos acostumamos com isso fica mais fácil de transpor as músicas e dominar as escalas em
qualquer tom, pois, pensando em números a estrutura da escala será a mesma em todos os tons.
No volume anterior estudamos uma escala menor: a Pentatônica Menor. É interessante notar a
diferença do ambiente criado pelas escalas menores e maiores. É um dos primeiros passos para e
desenvolver a percepção musical e poder “tirar” as músicas de ouvido. A explicação mais comum é
que o modo MAIOR produz uma atmosfera “alegre” ou “clara” enquanto o modo MENOR resulta
num ambiente “escuro” ou “melancólico”. Entretanto isso é apenas uma simplificação que chama a
atenção para esta diferença de sensações que podemos explorar com a escolha das escalas. Na
prática, também temos músicas menores que são “alegres” ou músicas maiores que são “tristes”.
Veremos alguns conceitos teóricos fundamentais para aprofundar na teoria musical, expandir
os conhecimentos e habilidades com a música e entender melhor estes assuntos.
Conceitos preliminares
T ônica, Tom e Tonalidade
TÔNICA – É a nota onde a escala começa e onde ela termina. É a principal nota de uma
escala, mesmo que ela não seja tocada em um solo, todas as outras notas da escala estão
subordinadas a ela. É aquela nota que tem o poder de concluir as frases musicais como um ponto
final. Além de nos dar a referência inicial pra aprender a escala, ela também é responsável por
definir o TOM em que vamos tocar.
TOM ou TONALIDADE – É a referência para que os músicos toquem melodias e harmonia
em sintonia, usando a mesma escala. É o contexto harmônico que define a estrutura básica de uma
música ou trecho musical. Aprender a identificar o tom em que uma música está é um dos
conhecimentos mais importantes pra quem quer improvisar e “tirar música de ouvido”. Quando a
gente aprende a identificar o tom de uma música e conhece a escala na qual a música está baseada,
fica muito mais fácil de perceber o resto: os solos, acordes e arranjos em geral.
Me lodia e Harmonia
HARMONIA é a simultaneidade de sons musicais e MELODIA é a sucessividade destes
sons. Em outras palavras, no universo da harmonia, estão os acordes, o acompanhamento de uma
canção e tudo aquilo que podemos ouvir simultaneamente em uma música, é a maneira como as
partes da música se combinam formando os acordes e os arranjos. No universo da Melodia estão os
solos, os temas ou frases musicais de qualquer instrumento vistos isoladamente, sem considerar os
acompanhamentos. A soma de duas ou mais melodias, se tocadas simultaneamente, acaba
resultando em uma harmonia.
Forma, Digitação ou “Shape ”
FORMA, DIGITAÇÃO OU SHAPE é como chamamos os padrões de posições usados para
se tocar as escalas no instrumento. Neste curso, aprenderemos cinco formas ou shapes diferentes
para cada escala. Estes Padrões podem ser tocados a partir de qualquer casa com o mesmo formato.
Nesta a apostila em PDF, você tem os diagramas para estudar cada digitação com calma. Observe
que a tônica da escala, em cada uma das cinco digitações, está em destaque. Essa nota define o tom
em que a escala está. Por tanto, muita atenção na hora usar a escala e posicionar cada shape no
braço para que o tom esteja de acordo com o que você quer tocar.
Agora vamos ver como é a Escala Maior Natural., compreender sua estrutura e aplicação.
A escala Maior Natural é a escala mais simples do ponto de vista da organização das notas.
Ela é formada apenas por intervalos maiores ou justos em relação à tônica. Tomando como exemplo
a escala de Dó Maior, vemos que as sete notas musicais em ordem natural formam a Escala Maior
Natural sem precisar de nenhum acidente (# ou b).
Escala Maior Natural
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
Tônica 2 3 4J 5J 6 7 8
Podemos tocar a escala de Dó maior ao piano usando apenas as teclas brancas. Isso também
mostra como ela é simples e natural. Entretanto, é importante notar que quando esta escala estiver
em outros tons, deve ser mantida a mesma estrutura de intervalos. Por isso, para cada tonalidade
diferente, podem aparecer alguns sustenidos ou bemóis para manter as características da escala.
Na tabela abaixo, vemos a análise dos intervalos formados entre os graus da escala. Há uma
predominância de intervalos de Tom inteiro, sendo que temos apenas dois intervalos de Semi-tom:
entre a 3ª Maior e a 4ª Justa e entre a 7ª Maior e a 8ª (Tônica)...
Escala Maior Natural
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
Tônica 2 3 4J 5J 6 7 8
T. T. St. T. T. T. St.
É aconselhável memorizar esta sequência de tons e semi-tons para ser capaz de transpor a
escala para qualquer tonalidade:
Tom, Tom, Semi-tom, Tom, Tom, Tom, Semi-tom.
I II III IV V VI VII VIII
T. T. St. T. T. T. St.